sexta-feira, 2 de março de 2012

Manutenção Preditiva: fatores-chave de sucesso


Saber com alguma antecedência quando uma falha irá ocorrer é tudo o que gostaria um gestor de manutenção. No entanto, é praticamente impossível prever todas as falhas que podem ocorrer em uma planta e, mesmo que isso fosse possível, as limitações financeiras tornariam tal previsão economicamente inviável. Esse é o grande desafio do gestor de manutenção contemporâneo: equacionar seu limitado orçamento para manter uma política de manutenção que permita à empresa atingir suas metas.
Uma política de manutenção de excelência é a chave para que uma grande e importante parcela dessas falhas possa ser evitada ou, no mínimo, que seus efeitos sejam minimizados.
Definir tal política não significa ter uma equipe enorme para atender as emergências rapidamente; ou fazer preventiva em todos os equipamentos para garantir que não quebrem; ou ainda, implantar todas as técnicas preditivas possíveis para predizer o máximo de falhas.
Somente com uma análise detalhada do seu processo produtivo, das suas máquinas e das metas da empresa é que será possível elaborar uma política de manutenção de excelência.
Evidentemente que as estratégias e táticas a serem desenvolvidas para a manutenção corretiva e preventiva têm pesos tão elevados quanto para a preditiva. No entanto, nos deteremos a discutir aqui os critérios para a implantação da preditiva, por:
·         Ser, cronologicamente, o tipo de manutenção mais recente quando comparado com a corretiva e preventiva;
·         Ter uma quantidade muito grande de variáveis para serem analisadas, numa tomada de decisão de como implantá-la, e;
·         Proporcionar uma contribuição econômica muito maior, quando comparada com os tipos predecessoras de manutenção.
         Ao decidir pela implantação de um plano de manutenção preditiva, a primeira coisa que o gestor de manutenção deve fazer é apoiar-se na competência de profissionais com profundo conhecimento no assunto. O universo da preditiva é bastante amplo; há diversas técnicas que podem trazer diversos benefícios, mas que também tem suas limitações. Conhecer muito bem essas facetas é de suma importância para obter os melhores resultados.
O conhecimento desse especialista deve ser decisivo, por exemplo, na elaboração da lista dos ativos que irão ser monitorados, bem como as respectivas técnicas e frequências de monitoramento. Sua experiência deve ser suficiente para decidir qual técnica é a mais econômica para cada item a ser monitorado.
Para uma rápida reflexão sobre a dimensão desse trabalho, tomemos o exemplo do monitoramento de um mancal de rolamento qualquer, que pode ser feito, pelo menos, através de análise de vibração, termografia, ferrografia e ultrassom. Além disso, o tipo de monitoramento poderá ser usando sistema off-line ou on-line; este último, ainda por ser estruturado com ou sem fios (wireless). Isso sem contar o intervalo de tempo entre uma medição e outra, que pode ser desde alguns minutos até mesmo um mês ou ainda em tempo real. Esse exemplo, apesar de simplificado e subestimado, serve para ilustrar a amplitude do trabalho desse profissional, o qual envolve o estudo de muitos fatores. Entre eles estão:
·         A importância de cada máquina para o processo produtivo;
·         O custo, o tempo e a facilidade de reparo da máquina;
·         A facilidade/dificuldade de monitoramento da máquina através das técnicas preditivas;
·         Os tipos de falhas que se deseja evitar e seus efeitos; entre outros.
O tipo de tecnologia/sistema a ser usado no monitoramento também é outro assunto muito importante. Apesar de atualmente encontrarmos no mercado uma grande variedade de instrumentos/sistemas de última geração, muitas vezes a decisão de compra destes é feita somente considerando o custo de aquisição, menosprezando a relação custo benefício dos recursos de um sistema mais sofisticado. A linha de raciocínio para isso, normalmente, é a seguinte: “o Fusca também me leva onde levaria uma Ferrari; por que vou gastar mais?”. A visão míope traz resultados medíocres.
Uma vez definida a melhor tecnologia de monitoramento para seu projeto, o próximo tópico a considerar é a mão de obra para “pilotar sua Ferrari”. Encontrar um Michael Schumacher não é fácil; imagine sua dificuldade se você tiver que encontrar mais que um? E se considerarmos o atual cenário da força de trabalho disponível no mercado? Não trabalhar com profissionais de alto nível, com certeza, significa maior distância da excelência.
Se você tiver a sorte de encontrar “o profissional”, você terá outro problema para equacionar. É a conservação desse tipo de profissional na sua equipe. Mantê-lo motivado e satisfeito, sem causar efeitos nos outros times da empresa, pode ser mais um grande desafio.
Em função dessas duas variáveis (tecnologia e recursos humanos) é que a grande maioria das empresas, onde se vê implantado um programa de manutenção preditiva, toma a decisão de contratar empresas especializadas no assunto. Nesse caso, o gestor além de saber qualificar esse fornecedor, deverá saber como monitorar a qualidade e eficiência dos seus trabalhos.
Outro tópico muito importante na implantação de um programa de manutenção preditiva é o detalhamento dos procedimentos a serem adotados para cada técnica, bem como a garantia de que todos os envolvidos sigam a sistemática projetada. Para esse caso, o monitoramento on-line garante, pelo menos, o padrão desejado para a coleta dos dados. No caso do monitoramento off-line, garantir esse padrão de coleta de dados pode as vezes é uma grande dificuldade, pois mesmo com procedimentos bem definidos, treinamento contínuo e equipe coesa, sempre haverá dúvidas acerca de um dado coletado.
Conheço uma empresa de manutenção preditiva que ousou experimentar uma sistemática, onde o coletor de dados era enviado (via correio) para que o funcionário do seu cliente coletasse os dados em campo. Depois de coletados os dados, o instrumento era enviado para o escritório do fornecedor a fim de que um analista fizesse a interpretação e emitisse os respectivos laudos. O objetivo dessa sistemática era reduzir os custos de deslocamento dos técnicos do fornecedor até a planta do cliente. Para quem conhece um pouco sobre análise de vibração, faço a seguinte pergunta: Será que essa redução de custos está alinhada com os benefícios que um programa de manutenção preditiva de excelência pode trazer?
Enfim, seria muita pretensão que em tão poucas linhas, fosse possível discorrer sobre todas as variáveis que pode afetar o sucesso da implantação de um programa de manutenção preditiva. No entanto, se conseguirmos gerenciar devidamente as principais variáveis (metodologia, mão de obra e tecnologia), haverá uma grande probabilidade de alcançar um elevado nível de excelência.
Pense nisso caso deseje implantar a manutenção preditiva em sua empresa e, repense, caso já tenha um programa implantado.

Autor: Masquieto, Agnaldo Daniel. MBA em Gestão de Produção e Manutenção; Professor da disciplina de Gestão da Manutenção; Consultor de Empresas com foco em Produção, Qualidade e Manutenção.



Predictive Maintenance: key success factors

Know well in advance when a failure will occur is all that would like a maintenance manager. However, it is virtually impossible to predict all failures that can occur in a plant, even if it were possible, financial constraints would make this uneconomic. This is the great challenge of modern maintenance manager: equate your limited budget to maintain a maintenance policy that allows the company to achieve its goals.
A maintenance policy of excellence is the key to that a large and important portion of these failures can be avoided, or at least, its effects can be minimized.
Set this policy does not mean having a huge team to meet all emergencies quickly, or do maintenance preventive in all item to ensure that them not breakdown, or even implement all predictive techniques to predict all possible fault.
Only with a detailed analysis of their production process, its machines and the company's goals is that be possible develop a maintenance policy of excellence.
Of course, the strategies and tactics to be developed for Corrective and Preventive Maintenance have high weights as well for the Predictive. However, we are going to discuss here the criteria for the deployment of Predictive, by:
·         Being chronologically, the latest maintenance type when compared to the corrective and preventive;
·         Has a very large amount of variables to be analyzed, when someone makes the decision of deploy it, and;
·         Provide an economic contribution much larger, when compared with the predecessors’ maintenance types.
When deciding to implement a predictive maintenance plan, the first thing that the maintenance manager must do is rely on the expertise of professionals with deep knowledge in the subject. The predictive universe is quite broad, there are several techniques that can bring many benefits, but also has its limitations. Know well these facets is critical for gain the best results.
The expert's knowledge should be decisive, for example, in preparing the list of assets that will be monitored, as well as the techniques and frequency of monitoring. His experience should be enough to decide which technique is the most economical for each item to be monitored.
For a quick reflection about the scope of this work, we take the example of monitoring a bearing any, that can be done at least through vibration analysis, thermography, ferrography and ultrasound. Furthermore, the monitoring kind may be done using the system offline or online, the latter, yet can be structured with or without wires (wireless). This without counting the time interval between a measurement and another that can be from a few minutes even a month or still in real time. This example, though simple and understated, serves to illustrate the job breadth of this professional, which involves the study of many factors. Among them are:
·         The importance of each machine for the production process;
·         The cost, time and ease of machine repair;
·         Ease / difficulty of monitoring the machine through predictive techniques;
·         The failures kinds that you want to avoid and their effects, among others.
The type of technology / system to be used in monitoring is also another very important issue. Although we currently find on the market a wide variety of instruments / systems of last generation, many times the purchase decision is made of only considering the cost, without considering the cost benefit of the resources of a more sophisticated system. The line of reasoning for this is usually as follows: "the Beetle (VW) can take me where a Ferrari takes, why should I spend more?” The myopic vision brings mediocre results.
Once defined the best monitoring technology for your project, the next topic to consider is Human Resource for "driving a Ferrari." To find a Michael Schumacher is not easy. Imagine the difficulty if you have to find more than one? And, if you have to consider the current scenario of the available labor force in the market? Do not work with senior professionals, certainly, means greater distance of the excellence.
If you're lucky enough to find "the professional", you have another problem to solve. It is keep of this type of professional on your team. Keep him motivated and satisfied, without causing effects on other teams in the company, may be more one big challenge.
In light of these two variables (technology and human resources) is that the vast majority of companies, where you see a program implemented of predictive maintenance, makes the decision to hire companies specializing in the subject. In this case, the manager besides define how to qualify these suppliers, should know how to monitor the quality and the efficiency of their work.
Another very important topic in the implementation of a predictive maintenance program is to detail the procedures to be followed for each technique as well as ensuring that all involved follow the systematic projected. For this case, the online monitoring ensures at least the standard required for data collection. In other hand, to ensure the standard of data collection in the offline system is a great difficulty, because even with well-defined procedures, continuous training and cohesive team, there will always be questions about a data collected.
I know a predictive maintenance company that dared to try a system where the data collector had been sent (by courier) to the employee of client, for him take the data on field. Once taken, the instrument (and data) was sent to the supplier's office so that an analyst did the interpretation and their reports. The purpose of this system was to reduce travel costs of the supplier technicians to the customer's plant. For those who know a little bit about vibration analysis, I do the following question: Does this cost reduction is in line with the benefits of a predictive maintenance program of excellence can bring?
Anyway, I would say that is much pretentious in so few lines discuss all the variables that can affect the successful implementation of a predictive maintenance program. However, if we can manage properly the main variables (methodology, human resources and technology), there is a high probability of achieving a high level of excellence.
 Think about it if you want to deploy predictive maintenance in your company, and rethink, in the case that you have had already implemented a program.

Author: Masquieto, Agnaldo Daniel. MBA in Production Management and Maintenance; Professor of Maintenance Management; Business Consultant with focus on Production, Quality and Maintenance.

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